GRUPOS TEMÁTICOS – IIENPSAN

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GRUPOS TEMÁTICOS

Tema 1 – Direito Humano à Alimentação Adequada

Responsáveis: Elza Braga (UFC), Aída Couto D. Bezerra  (UFMT), Veruska Prado (UFG), Sônia Lucena (UFPE), Norma Sueli M. C. Alberto (UNINOVAFAPI)

 

Partindo da inclusão da alimentação entre os direitos sociais previstos na Constituição Federal de 1988, fruto de mobilização social, o grupo debaterá trabalhos que abordem o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) no olhar de diversos atores sociais, avanços e violações relacionados à realização desse direito, mecanismos e instrumentos de monitoramento e exigibilidade por parte dos titulares e aplicadores de direito. Entre as questões e desafios para efetiva garantia do DHAA, destacam-se: frágeis mecanismos de denúncia de violações dos DHAA; dificuldades de acesso à informação; limitado acesso a alimentos livres de contaminantes químicos (como os agrotóxicos); garantia do acesso à terra, à água, ao trabalho e a outros direitos, especialmente pelas populações mais vulneráveis como a população negra, indígena e os povos e comunidades tradicionais; um contexto político que tem favorecido a apresentação e aprovação de projetos de leis que ameaçam o DHAA e outros direitos. Este grupo busca, assim, contribuir para a compreensão do DHAA no olhar de diversos atores sociais, identificar avanços e violações relacionados à realização desse direito, mecanismos e instrumentos de monitoramento e exigibilidade.

 

Tema 2 – Produção sustentável e processamento de alimentos

Responsáveis: Islândia Bezerra (UFPR), Claudia Schmitt (UFRRJ) e Mauro del Grossi (UNB)

 

O GT Produção Sustentável e Processamento de Alimentos tem por objetivo constituir-se como um espaço de intercâmbio de pesquisas e experiências tendo como foco a produção e o processamento de alimentos na ótica da SSAN. Serão acolhidos trabalhos baseados em abordagens disciplinares e interdisciplinares. O GT busca aprofundar o atual debate acerca da SSAN destacando o papel dos diferentes atores sociais presentes no rural contemporâneo como povos e comunidades tradicionais, assentados(as) de reforma agrária, povos indígenas, comunidades remanescentes de quilombos, agricultores e agricultoras familiares, extrativistas, pescadores(as) artesanais, entre outros. O GT busca, também, analisar as formas convencionais de produção e processamento de alimentos características das grandes cadeias agroindustriais, discutindo seus modos de organização e seus impactos sobre a saúde e o ambiente. Serão acolhidos trabalhos que tratam dos seguintes temas: Transição agroecológica e alimentação saudável; manejo sustentável dos agroecossistemas voltado à produção de alimentos; processamento de alimentos em bases sustentáveis; impactos/efeitos do uso de agrotóxicos e transgênicos sobre a qualidade de vida e o meio ambiente; impactos de grandes obras sobre a natureza e a sociedade na ótica da SSAN; conservação e manejo da sociobiodiversidade na perspectiva de SSAN; meio ambiente, mudanças climáticas e a questão alimentar; acesso à agua e a sua interface com a produção e o processamento de alimentos; as normas sanitárias e seus impactos na produção e processamento de alimentos e na cultura alimentar tradicional e religiosa; etnodesenvolvimento e alimentação saudável; políticas públicas relevantes para o tema.

 

Tema 3 – Abastecimento e consumo alimentar saudável

Responsáveis: Julian Perez (UFFS), Rozane Triches (UFFS), Cimone Rozendo de Souza (UFRN)

 

O GT 3 Abastecimento e consumo alimentar saudável será pautado nos debates dos distintos temas que o aportam tais quais: Efeitos dos atuais padrões de abastecimento de alimentos; O  ordenamento territorial marcado pela lógica de mercado, excludente e gerador de desigualdade sócio raciais; Formas alternativas de abastecimento alimentar; Comercialização e mercados de alimentos; Articulações rural-urbano; Redesenho dos sistemas agroalimentares; Circuitos curtos e de proximidade; SAN em situações emergenciais e de catástrofes; Consumo alimentar enquanto ato político; Propaganda de alimentos, seus efeitos e regulação; Ações de proteção aos consumidores; Alimento saudável sob a perspectiva da indústria, mercados locais e institucionais, e consumidores; Desperdício de alimento pensando no consumo institucional, familiar e individual; Mercados institucionais; O papel das mulheres para garantir a SAN; SAN e Agroecologia diálogos necessários para o abastecimento e o consumo saudáveis; Políticas públicas relevantes para o tema.

 

Tema 4 – Efeitos da Insegurança Alimentar e Nutricional

Responsáveis: Anne Kepple (UNICAMP), Maria Rita (UNESP), Maria Consolación (EMBRAPA), Renato Carvalheira (CAPES), Norma Sueli M. C. Alberto (UNINOVAFAPI)

 

Os efeitos potenciais da insegurança alimentar e nutricional são nefastos, ora óbvios e fáceis de identificar, ora obscuros e ocultos. Há consequências para crianças, adultos, famílias, povos e comunidades, regiões e nações. Para uma criança – mesmo antes de nascer – as consequências são devastadoras para o crescimento físico, mental e emocional. Interfere sobremaneira no comportamento e na aprendizagem na idade escolar.  A insegurança alimentar e nutricional não se traduz somente na sensação física e insuportável da fome, que ainda assola um quinto da humanidade, mas apresenta outra face que se traduz na alimentação inadequada assolando quase metade da população mundial e contribuindo com as mortes por doenças crônicas não transmissíveis e por sobrepeso/obesidade. Povos e comunidades tradicionais afetados pela fome, frequentemente aliada à degradação ambiental, sofrem deslocamentos de suas origens e mudanças nos seus hábitos alimentares, com aumento de vulnerabilidades social e econômica. O Grupo Temático 4 procura desenvolver trabalhos sobre os diversos efeitos potenciais da insegurança alimentar e nutricional para os indivíduos, as famílias e as comunidades, temas relacionados aos direitos territoriais e patrimoniais, cultura alimentar e práticas alimentares tradicionais, políticas públicas e racismo institucional, além de estudos sobre as políticas públicas relacionadas ao tema.

 

Tema 5 – Comida e cultura: Os múltiplos olhares sobre a alimentação

Responsáveis: Renata Menasche (UFPel), Denise Oliveira (FIOCRUZ), AneliseRizzolo (UnB), Daniela Frozi (FIOCRUZ)

 

O ato de comer nunca é ação neutra e tampouco é restrito a sua dimensão biológica, revestindo-se de sentidos e valores, expressos em escolhas e práticas alimentares. Com o objetivo de contribuir para compor um quadro das pesquisas que, no Brasil, a partir da perspectiva de Segurança Alimentar e Nutricional, tem se debruçado sobre as injunções entre comida e cultura, este Grupo de Trabalho pretende acolher trabalhos que iluminem as percepções sobre a alimentação a partir da diversidade cultural, abordando temas como as distintas concepções de alimentação adequada e saudável; percepções de (in)segurança alimentar e fome experienciadas por diferentes grupos sociais; saberes e práticas da alimentação enquanto manifestação de patrimônio cultural.

 

Tema 6 – A Construção da Pesquisa em SAN: avaliações, métodos e indicadores.

Responsáveis: Ana Segall (UNICAMP), Elaine Pasquim (MCTI), Sandra Chaves (UFBA), Maria AngélicaMedeiros (UNIFESP).

 

O GT6 pretende estimular a reflexão sobre a pesquisa em SAN para resolução dos desafios na área e das situações-problema locais, a partir da discussão da pluralidade de métodos, conceitos e questões epistemológicas. O aprofundamento teórico pretende identificar limites e incompletudes dos saberes a fim de superar visões parciais e fragmentadas, na busca por construir continuidades entre quantitativo e qualitativo, sujeito e objeto, individual e coletivo, ciências naturais e sociais. A discussão busca valorizar experiências e práticas e saberes alimentares, além de identificar caminhos para a participação, a intersetorialidade e a interação com políticas públicas. As abordagens utilizadas para apreensão da SAN pelos sujeitos passam pela diversidade de atores, ideias, interesses e perspectivas. Assim, o levantamento de práticas populares; a socialização de tecnologias sociais; o monitoramento da SAN em nível nacional, estadual e municipal; além dos sistemas integrados de informação são alguns trabalhos que podem contribuir com a construção de um saber teórico e prático em SAN.